segunda-feira, 19 de abril de 2021

Diz tu por mim, silêncio
Não era hoje um dia de palavras,
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.

 
*José Saramago*
Em “Os poemas possíveis”, Lisboa, Editorial Caminho, 3ª edição, 1981.

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