domingo, 11 de abril de 2021

Tuas cartas

Relembro as tuas cartas uma a uma,
Em minha mente todas se gravaram
Não encontro uma só que não resuma
Tudo o que nossos lábios já trocaram.

Tu me escrevias sempre; vez nenhuma
A sua falta os olhos meus choraram.
Morria o sol do estio... vinha a bruma,
– E as tuas cartas nunca me faltaram.

Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas espero ansiosamente,
Mas com que mágoa vejo que emudeces...

Termina esse silêncio que crucia,
É que me vai trazendo dia a dia
A certeza cruel de que me esqueces!

*Maria Carolina Wanderley*
Publicado no periódico “A República”, 16 de fevereiro de 1917.
Em “Alma em versos”, Rio Grande do Norte, Editora Azymuth, 2ª Edição, 2013.

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