quinta-feira, 13 de junho de 2013

Suspiro d'Alma

Suspiro que nasce d'alma,
Que à flor dos lábios morreu...
Coração que o não entende
Não no quero para meu.

Falou-te a voz da minha alma,
A tua não na entendeu:
Coração não tens no peito,
Ou é dif'rente do meu.

Queres que em língua da terra
Se digam coisas do céu?
Coração que tal deseja,
Não no quero para meu.


*Almeida Garrett*

Em “Obras de Almeida Garrett (2 volumes), Edição Única”, Porto/Portugal, 
Editora Lello & Irmão Editores, 1966.

Um comentário:

Brilho disse...

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Loucura

E aí eu comecei a cometer loucura
Era um verdadeiro inferno, uma tortura
O que eu sofria por aquele amor
Milhões de diabinhos me martelando
Meu pobre coração que agonizando
Já não podia mais de tanta dor.

E aí eu comecei a cantar verso triste
O mesmo verso que até hoje existe
Na boca triste de algum sofredor
Como é que existe alguém
Que ainda tem coragem de dizer
Que os meus versos não contêm mensagem
São palavras frias, sem nenhum valor.

Oh! Deus,será que o senhor não está vendo isto
Então por que é que o senhor mandou Cristo
Aqui na Terra semear amor
Quando se tem alguém que ama de verdade
Serve de riso pra humanidade
É um covarde, um fraco, um sonhador.

Se é que hoje tudo está tão diferente
Por que não deixa eu mostrar a essa gente
Que ainda existe o verdadeiro amor
Faça ela voltar de novo pra o meu lado
Eu me sujeito a ser sacrificado
Salve seu mundo com a minha dor.

Maria Bethânia / Composição: Lupicínio Rodrigues

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Juntar O Que Sentir

Não me diga o que eu não quero ouvir
Não me fale o que eu não sei dizer
Não me cante o que eu não sei sentir
Não me ensine, não quero saber
Não me jure, que eu não sei rezar

Não me peça o que eu não quero ter
Só me mostre o que eu não quero ver
Não afirme, eu não sei negar
Não lastime, que eu não sei sorrir
Não viaje, que eu não sei ficar

Ouvir, dizer, sentir, saber
Rezar, negar, sorrir, ficar, partir...

Não mastigue o que eu vou comer
Não me ame, que eu não sei sofrer
Não espalhe o que eu não juntei
Não me negue o que eu não pedi
Não me pague o que já sofri
Não me entregue o que eu já levei
Não me espere, pois eu não parti
Não me explique o que eu não falei
Não me traga, pois já me exauri
Acredite no que eu não senti

Comi, sofri, voltei, parti
Falei, senti, amei e me exauri...

Há um dia para o amor, enfim
Há um tempo para ficar assim
Sem respostas para perguntar
Qual o rumo pra qualquer lugar
Onde o tempo não possa chegar

Enfim, olhar, assim, lugar,
Ouvir, saber, juntar o que senti...

Não me peça o que eu não quero ter
Só me mostre o que eu não quero ver
Não espalhe o que eu não juntei
Não me negue o que eu não pedi
Não lastime, que eu não sei sorrir
Não me entregue o que eu já levei
Não me espere, pois eu não parti
Não me explique o que eu não falei
Não me traia, pois já me exauri
Acredite no que eu não senti...

Comi, sofri, voltei, parti
Falei, senti, amei e me exauri...

Maria Bethânia / Composição: Renato Teixeira

Fraterno abraço!