terça-feira, 11 de junho de 2013

Quem sabe?

Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento!
Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento!

Quizera saber agora,
quizera saber agora,
se esqueceste, se esqueceste,
se esqueceste o juramento.

Quem sabe? Se és constante,
s'inda é meu teu pensamento.
Minh'alma toda devora,
da saudade, da saudade, agro tormento.

Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento!
Quizera saber agora,
se esqueceste, se esqueceste o juramento.

Quem sabe? Se és constante,
s'inda é meu teu pensamento!
Minh'alma toda devora,
da saudade, agro tormento.

Vivendo, de ti ausente,
Ai! Meu Deus. Ai meu Deus, que amargo pranto!
Suspiros, angústia de dores,
são as vozes, são as vozes do meu canto.

Quem sabe? Pomba inocente
se também te corre o pranto!
Minh'alma, cheia d'amores
te entreguei, te entreguei, já n'este canto!


*Melodia: Antônio Carlos Gomes (1859) −

Letra: Francisco Leite de Bittencourt Sampaio*

2 comentários:

Brilho disse...

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Coisa Amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre

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Mar e Vento

Mar e vento. É o que somos. Mar, com
profundidades abissais, com tormentas, e com a
infinita inquietação prisioneira. Vento, com ânsia
e o destino da liberdade igualmente infinita.

Mar e vento não seriam completos, um sem o
outro. A realidade que na vasta natureza tanto
nos comove não é apenas o mar, ou o vento.

É o vento fundindo-se no mar. As ondas são
vento liquefeito, e o vôo do vento é uma medida
das solidões do mar.

Na vasta natureza, e na vastidão do que somos,
o que nasce desse encontro é a cantiga. O vento
e o mar fundindo-se numa queixa única, e infinita.

A cantiga é sempre queixa, e sempre queixa infinita.
Mesmo se fala de deslumbramento.

Tasso da Silveira
in "Poema de Antes"


Elaine,
Recebo tuas palavras,
com imenso carinho. Grata!

Fraterno abraço!


"A saudade é a memória do coração."
Henrique Maximiano Coelho Neto

Elaine Bastos disse...

BIluminado!

Partilhas intensas!...
Grata! Gratíssima!
Beij'abraços fraternais.