“Espelho cego
Onde a face de prata e cristal puro,
e aquela deslumbrante exatidão
que revela o mais breve aceno obscuro
e o compasso das lágrimas, e a seta
que de repente galga os céus do olhar
e em margens sobre-humanas se projeta?
Onde, as auroras? Onde, os labirintos
– e o frêmito, que rasga o peso ao mar
– e as grutas, de áureos lustres e aéreos plintos?
Ah – que fazes do rosto que te entrego?
– musgos imóveis sobre a sua luz...
Limos... líquens... – Opaco espelho cego?”
*Cecília Meireles*
Em “Obra Poética – Volume Único”, Rio de Janeiro, Nova Aguilar Editora, 3ª Edição (6ª Reimpressão), 1987.
domingo, 25 de julho de 2021
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