“Quarta-feira de cinzas
Toda a terra está envolta nas neblinas
e a friagem se difunde pelo espaço…
– longe se ouve, em cadência, passo a passo
o caminhar dos boêmios nas esquinas…
Pela sombra – as estrelas pequeninas
com sono, tem o olhar nevoento e baço…
No silêncio da noite ouço o compasso
do sereno a pingar das serpentinas…
Algum bando tardio passa adiante
– e deixa pela noite uma batida
de samba em agonia – estrebuchante…
Quarta-feira de cinzas já amanhece,
– mais outro carnaval em minha vida,
vida que há muito um carnaval parece!…”
*J. G. de Araújo Jorge*
Em “Meu Céu Interior”, Rio de Janeiro, Editora Vecchi, 8ª Edição, 1967.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
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