terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

 Autodefinição

Na folha branca do papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas,
E prossigo atento e tudo arrisco
Na procura das formas desejadas.
São templos e palácios soltos pelo ar.
Pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar,
Encontrará, em todos, os encantos da mulher.
Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.
A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
A vida feliz, a pátria mais amada.


*Oscar Niemeyer (Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho)*
Em “MINHA ARQUITETURA – 1937-2005”, Rio de Janeiro, Editora Revan, 1ª  Edição, 2005.

Nenhum comentário: