domingo, 15 de outubro de 2017

Eu sou a Terra

Terra, minha primeira e grande Mãe.
Amo-te. Sou tua, pois que fui feita do teu barro imundo.
Meus pés se apoiam na tua firmeza,
enquanto meu espírito procura Aquele que me
criou um dia, para tudo quanto ignoro.
Sei que vivo em ti, colada ao teu ventre fecundo.
Sei que vivo de tudo que me vem de ti,
através do esforço, do trabalho e da luta.
Sinto-me integrada em todas as belezas simples e
Incompletas que provém de ti.
Minha biologia é estreitamente da terra e, para a terra.
Terra, minha grande Mater, generosa e fecunda!
De conforto é para o meu cansaço disfarçado de todos,
o pensamento de que em breve abrirá o teu seio,
a cava estreita do meu repouso.


*Cora Coralina”
Em “Cora Coralina Raízes de Aninha”, São Paulo, Editora Ideias & Letras, 6ª Edição, 2009.

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