“Soneto I
Venho de longe, trago o pensamento
Banhado em velhos sais e maresias;
Arrasto velas rotas pelo vento
E mastros carregados de agonias.
Provenho desses mares esquecidos
Nos roteiros de há muito abandonados
E trago na retina diluídos
Os misteriosos portos não tocados.
Retenho dentro da alma, preso à quilha
Todo um mar de sargaços e de vozes,
E ainda procuro no horizonte a ilha
Onde sonham morrer os albatrozes…
Venho de longe a contornar a esmo,
O cabo das tormentas de mim mesmo.”
*Paulo Bomfim*
Em “Livro dos sonetos (Transfiguração)”, São Paulo, Amaral Gurgel Editorial, 1ª Edição, 2006.
Extraí daqui: https://www.paulobomfim.com/literatura/sonetos/99-soneto-i-transfigura%C3%A7%C3%A3o-%E2%80%93-1951.html
Banhado em velhos sais e maresias;
Arrasto velas rotas pelo vento
E mastros carregados de agonias.
Provenho desses mares esquecidos
Nos roteiros de há muito abandonados
E trago na retina diluídos
Os misteriosos portos não tocados.
Retenho dentro da alma, preso à quilha
Todo um mar de sargaços e de vozes,
E ainda procuro no horizonte a ilha
Onde sonham morrer os albatrozes…
Venho de longe a contornar a esmo,
O cabo das tormentas de mim mesmo.”
*Paulo Bomfim*
Em “Livro dos sonetos (Transfiguração)”, São Paulo, Amaral Gurgel Editorial, 1ª Edição, 2006.
Extraí daqui: https://www.paulobomfim.com/literatura/sonetos/99-soneto-i-transfigura%C3%A7%C3%A3o-%E2%80%93-1951.html
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