domingo, 22 de outubro de 2017

Máquina do Mundo

O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.

Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.


*Rómulo de Carvalho (António Gedeão)*
Em “Poesias Completas”, Lisboa, Portugália Editora, 9ª edição, 1983.

Nenhum comentário: