quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Há 85 anos...

Maioria débil é sempre vizinha da corrupção; primeiro, não tomando resolutamente a iniciativa de realizar as suas opiniões e compromissos; depois, agradando aos seus, para que não a abandonem, e atraindo os outros, para que a venham engrossar. Ficam, também, sem objeto, em presença de uma numerosa maioria, essas imorais coligações, que a intriga parlamentar engendra para derrubar situações, só com o fim de satisfazer à fátua vaidade de seis ou sete cobiçosos de pastas ministeriais. Essas maiorias artificiais, provenientes de coligações, são a lepra dos governos representativos; nos parlamentares, geram gabinetes efêmeros; nos presidenciais, situações irritantes, de que não raro, como remate do conflito entre o Legislativo e o Executivo, surgem os golpes de Estado. O seu fruto é sempre a instabilidade do poder público e a perturbação do progresso.

*Joaquim Francisco de  Assis Brasil*
Em “COLEÇÃO CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS” (Aliomar Baleeiro e Barbosa Lima Sobrinho, 
Volume V, 1946, pág. 31), Brasília, Edição do Senado Federal, 
Subsecretaria de Edições Técnicas, 3ª Edição, 2012.

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