domingo, 6 de março de 2016

Naquele Tempo

Sob o caramachão de glicínia lilás
As abelhas e eu
Tontas de perfume

Lá no alto as abelhas
Doiradas e pequenas
Não se ocupavam de mim
Iam de flor em flor
E cá em baixo eu
Sentada no banco de azulejos
Entre penumbra e luz
Flor e perfume
Tão ávida como as abelhas


*Sophia de Mello Breyner Andresen*
Em “OBRA POÉTICA”, Lisboa, Assírio & Alvim Editora, 1ª Edição, 2015.

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