“Acordando
Em sonho, às vezes, se o sonhar quebranta
Este meu vão sofrer; esta agonia,
Como sobe cantando a cotovia,
Para o Céu a minha'alma sobe e canta.
Canta a luz, a alvorada, a estrela santa,
Que ao Mundo traz piedosa mais um dia...
Canta o enlevo das coisas, a alegria
Que as penetra de amor e as alevanta...
Mas, de repente, um vento húmido e frio
Sopra sobre o meu sonho: um calafrio
Me acorda. − A noite é negra e muda: a dor
Cá vela, como d'antes, ao meu lado...
Os meus cantos de luz, anjo adorado,
São sonho só, e sonho o meu amor!”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos, (antologia), org. José Lino Grunewald”,
Em sonho, às vezes, se o sonhar quebranta
Este meu vão sofrer; esta agonia,
Como sobe cantando a cotovia,
Para o Céu a minha'alma sobe e canta.
Canta a luz, a alvorada, a estrela santa,
Que ao Mundo traz piedosa mais um dia...
Canta o enlevo das coisas, a alegria
Que as penetra de amor e as alevanta...
Mas, de repente, um vento húmido e frio
Sopra sobre o meu sonho: um calafrio
Me acorda. − A noite é negra e muda: a dor
Cá vela, como d'antes, ao meu lado...
Os meus cantos de luz, anjo adorado,
São sonho só, e sonho o meu amor!”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos, (antologia), org. José Lino Grunewald”,
Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 1991.
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