“Pausa
Agora é como depois de um enterro.
Deixa-me neste leito, do tamanho do meu corpo,
junto à parede lisa, de onde brota um sono vazio.
A noite desmancha o pobre jogo das variedades.
Pousa a linha do horizonte entre as minhas pestanas,
e mergulha silêncio na última veia da esperança.
Deixa tocar esse grilo invisível
– mercúrio tremendo na palma da sombra –
deixa-o tocar a sua música, suficiente
para cortar todo arabesco da memória...”
*Cecília Meireles*
Em “Poesia Completa”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 4ª Edição, 1993.
Agora é como depois de um enterro.
Deixa-me neste leito, do tamanho do meu corpo,
junto à parede lisa, de onde brota um sono vazio.
A noite desmancha o pobre jogo das variedades.
Pousa a linha do horizonte entre as minhas pestanas,
e mergulha silêncio na última veia da esperança.
Deixa tocar esse grilo invisível
– mercúrio tremendo na palma da sombra –
deixa-o tocar a sua música, suficiente
para cortar todo arabesco da memória...”
*Cecília Meireles*
Em “Poesia Completa”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 4ª Edição, 1993.
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