domingo, 28 de janeiro de 2018

Desventura

Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.

Onde estava o teu perfume? Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.

Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho que te alimentava
como um segredo que cai do sonho.

Depois, abri as mãos, – perdeu-se.

Agora, creio que vou morrer.


*Cecília Meireles*
Em “Poesia Completa”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 4ª Edição, 1993.

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