domingo, 7 de janeiro de 2018

Minh’alma e o Verso

Eu sou o orvalho sagrado,
Que dá vida e alento às flores;
Eu sou o bálsamo amado
Que sara todas as dores.

Eu sou o pequeno cofre
Que guarda os risos da Aurora;
Perto de mim ninguém sofre,
Perto de mim ninguém chora.

Todos os dias bem cedo
Eu saio a procurar lírios,
Para enfeitar em segredo
A negra cruz dos martírios.

Vem para mim, alma triste
Que soluça de agonia;
No meu seio o Amor existe,
Eu sou filho da Poesia.


*Auta de Souza*
Em “HORTO”, Natal/RN, Fundação José Augusto, 4ª edição, 1970.

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