“Flor Fluida
Era uma Flor; não sei que flor, mas era
toda perfumada para os meus sentidos;
um despertar em mim, nos tempos idos,
de um mundo que, hoje, sei, foi primavera.
Não lhe guardo as feições, e quando dera
para lembrar-lhe o rosto e os esquecidos
lavores naturais, que os meus sofridos
anos de andar e andar tornam quimera.
Se Flor, por que não guardo seu perfume?
Será que essa visão, fluida, oscilante,
mais não é que delírio e vã lembrança?
Pergunto-me, e não sei. Sei que resume,
talvez, no meu viajar longo e constante,
um derradeiro grito de esperança.”
*Otacílio Colares*
Em “LEMBRADOS E ESQUECIDOS, Volume II, Ensaios Sobre Literatura Cearense -
Era uma Flor; não sei que flor, mas era
toda perfumada para os meus sentidos;
um despertar em mim, nos tempos idos,
de um mundo que, hoje, sei, foi primavera.
Não lhe guardo as feições, e quando dera
para lembrar-lhe o rosto e os esquecidos
lavores naturais, que os meus sofridos
anos de andar e andar tornam quimera.
Se Flor, por que não guardo seu perfume?
Será que essa visão, fluida, oscilante,
mais não é que delírio e vã lembrança?
Pergunto-me, e não sei. Sei que resume,
talvez, no meu viajar longo e constante,
um derradeiro grito de esperança.”
*Otacílio Colares*
Em “LEMBRADOS E ESQUECIDOS, Volume II, Ensaios Sobre Literatura Cearense -
Otacilio Soares”, Ceará, Editora Universidade Federal do Ceará, 1ª Edição, 1976.
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