“A estranha lavra
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
E onde antes lavrara o amor,
E os hábitos próprios e as tradições,
Lavram ainda a alheia cizânia, o alheio ódio.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
As mãos que lavraram firmas em pergaminho
Não irão lavrar os campos doloridos,
Ainda plenos da imagem dos mortos.
Lavraram acordos
Não lavraram a paz.
Onde antes lavraram os arados
Lavram fome, desespero e pranto,
Regando faces – campos de incertezas.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
O que lavra ainda em tudo é o grande medo,
E a desesperança, e o desencanto
Na face pálida dos que restaram vivos.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz,
Que atrás dos risos dos embaixadores
O fundo é o fumo avassalante dos incêndios
E choro vago das crianças sem amanhã.”
*Otacílio Colares *
Em “O Jogral Impenitente”, Fortaleza, Editora Instituto do Ceará, 1965.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
E onde antes lavrara o amor,
E os hábitos próprios e as tradições,
Lavram ainda a alheia cizânia, o alheio ódio.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
As mãos que lavraram firmas em pergaminho
Não irão lavrar os campos doloridos,
Ainda plenos da imagem dos mortos.
Lavraram acordos
Não lavraram a paz.
Onde antes lavraram os arados
Lavram fome, desespero e pranto,
Regando faces – campos de incertezas.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz.
O que lavra ainda em tudo é o grande medo,
E a desesperança, e o desencanto
Na face pálida dos que restaram vivos.
Lavraram acordos,
Não lavraram a paz,
Que atrás dos risos dos embaixadores
O fundo é o fumo avassalante dos incêndios
E choro vago das crianças sem amanhã.”
*Otacílio Colares *
Em “O Jogral Impenitente”, Fortaleza, Editora Instituto do Ceará, 1965.
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