domingo, 17 de fevereiro de 2013


Sonhos Mortos

Tive sonhos azuis, na mocidade,
Que vinham, como pássaros em festa,
Encher-me o seio – um canto de floresta –
De gratos sons, de viva alacridade.

Mas um dia a cruel realidade

Pôs-lhes em cima a rude mão funesta
E exterminou-os... Nenhum mais me resta
Na minha negra e triste soledade.

Hoje o meu seio inerte, mudo e frio,

Se converteu em túmulo sombrio
Por sobre o qual gementes e tristonhos,

Alvejantes fantasmas se debruçam:

São as meigas saudades que soluçam
Sobre o jazigo eterno dos meus sonhos.

*Pe. Antônio Tomás*
Em “Almanaque poético de uma cidade do interior (Vicente Freitas Araújo)”, 
Bela Cruz/Ceará, Tanoa Editora, 2004.

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