“Pablo Neruda (I)
Perdoa-me poeta.
Tão tarde o conheci.
Tantos cantores pelo mundo…
Para minha ignorância
eras mais um deles.
Foi assim que não pedi a Deus
poupar-te a vida
e ficares para sempre
semente viva, incorruptível,
de beleza excelsa e universal.
Ninguém me disse antes.
Ninguém me disse nada.
Ninguém me fez a doação fraterna
de um livro teu.
Perdida no meu sertão goiano,
só o teu nome, Pablo,
só o teu apelido crespo, Neruda,
chegaram a mim…
E eu a pensar que foste apenas
um grande poeta entre outros grandes…
Foi assim que não pedi ao Criador
poupar-te a vida
e ficares para sempre.
Semente viva e luminosa,
sementeira e semeador,
semeando o pão e o vinho
da tua poesia
na terra faminta, desolada e triste.”
*Cora Coralina*
Em “MEU LIVRO DE CORDEL”, São Paulo, Global Editora, 11ª Edição, 2002.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
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