quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Natal

Vejo a estrela que percorre
a noite larga.
Vejo a estrela que perturba
fundos mares.
Vejo a estrela que revela
a eternidade.

Mas para onde foi a estrela
contemplada?
Para onde foi no momento
mais amargo?
Em que cimos ora habita
que debalde
a procuro nestas frias
orvalhadas?

Vejo a estrela – tão de súbito! –
ao meu lado.
Vejo os olhos do Menino
desejado.


*Henriqueta Lisboa*
Em “Henriqueta Lisboa, Poesia, Obra completa – Nova Lírica”,
Volume 1, Editora Peirópolis, 1ª Edição, 2020.

Nenhum comentário: