“Tristeza
Ai! quanta vez − pendida a fronte fria
− Coberta cedo do cismar p'los rastros −
Deixo minh'alma, na asa da poesia,
Erguer-se ardente em divinal magia
À luminosa solidão dos astros!...
Infeliz mártir de fatais amores
Se ergue − sublime − em colossal anseio,
Do alto infinito aos siderais fulgores
E vai chorar de terra atroz as dores
Lá das estrelas no rosado seio!
É nessa hora, companheiro, bela,
Que ela a tremer − no seio da soedade
− Fugindo à noite que a meu seio gela −
Bebe uma estrofe ardente em cada estrela,
Soluça em cada estrela uma saudade...
É nessa hora, a deslizar, cansado,
Preso nas sombras de um presente escuro
E sem sequer um riso em lábio amado −
Que eu choro − triste − os risos do passado,
Que eu adivinho os prantos do futuro!...”
*Euclides da Cunha*
Em “EUCLIDES DA CUNHA - POESIA REUNIDA”, São Paulo, Editora UNESP, 1ª Edição, 2009.
Ai! quanta vez − pendida a fronte fria
− Coberta cedo do cismar p'los rastros −
Deixo minh'alma, na asa da poesia,
Erguer-se ardente em divinal magia
À luminosa solidão dos astros!...
Infeliz mártir de fatais amores
Se ergue − sublime − em colossal anseio,
Do alto infinito aos siderais fulgores
E vai chorar de terra atroz as dores
Lá das estrelas no rosado seio!
É nessa hora, companheiro, bela,
Que ela a tremer − no seio da soedade
− Fugindo à noite que a meu seio gela −
Bebe uma estrofe ardente em cada estrela,
Soluça em cada estrela uma saudade...
É nessa hora, a deslizar, cansado,
Preso nas sombras de um presente escuro
E sem sequer um riso em lábio amado −
Que eu choro − triste − os risos do passado,
Que eu adivinho os prantos do futuro!...”
*Euclides da Cunha*
Em “EUCLIDES DA CUNHA - POESIA REUNIDA”, São Paulo, Editora UNESP, 1ª Edição, 2009.
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