“Balada das Mãos
Se os teus olhos faltarem um instante da vida,
Se o coração vacilar retardando a batida,
Se o teu corpo cansado curvar-se vencido,
Na estrada comprida, na batalha perdida.
Tuas mãos, só tuas mãos!
Gêmeas no riso e na dor
Manterão sempre acesa a luz votiva do amor.
Mãos que se juntam na prece, num momento supremo,
Quando, no altar, duas vidas se juntam também,
Mãos que abençoam o filho que parte, talvez, para sempre,
E, depois, vão tecer um casaco de lã para o neto que vem.
Mãos que dão lenitivo aos que foram vencidos na vida,
Mãos que nunca recusam, num gesto, o perdão.
Mãos que arrancam das cordas de um violino nervoso e agitado,
A música divina que torna todos os homens irmãos.
Mãos que após o silêncio que cai sobre a vida que cai
Juntam o silêncio àquelas que um dia, também, foram mãos.
Também, foram mãos... Também, foram mãos.”
Interpretação e Composição de *Moacyr Franco*
Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Eia1lhuBNIw
domingo, 24 de janeiro de 2021
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