terça-feira, 16 de julho de 2013

Teus Olhos

Teus olhos – esses carinhos,
Esse casal de ilusões
Tão doces como os arminhos,
Teus olhos − esses carinhos
Parecem ser os dois ninhos
Das minhas consolações,
Teus olhos – esses carinhos
Esse casal de ilusões!...


*Cruz e Sousa*

Publicado no Jornal “O Moleque”, de 21 de julho de 1885.

Um comentário:

Brilho disse...

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Ser Sensível...

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Muita. Todo dia. Esse jeito de ver além dos olhos, de ouvir
além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio,
tão clara, no próprio coração.

Essa sensação, às vezes, de ser estrangeiro e não saber
falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de
sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade
toda em tempo de ternura minguada.

Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se
assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão
pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir
por saber, com nitidez, como dói ser ferido.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Muita. Todo dia. Essa saudade, de fazer a alma marejar,
de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe.

Essa possibilidade de experimentar a dor, quando a dor
chega, com a mesma verdade com que experimenta
a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o
encanto grandioso que também mora na sutileza.

Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí,
porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em
quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo
que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser.
Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer,
mas não tem jeito: “só consigo ser igual a mim."

Ana Cláudia Saldanha Jácomo

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"Falo do amor ao despertar, falo do amor quando sonho,
com as flores, com os campos, as fontes, os ecos, o ar,
os ventos, e se não houver alguém que me escute,
falo deste amor comigo mesmo."

Wofgang Amadeus Mozart


Fraterno Abraço!