quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Luar

O luar quando bate na relva
Não sei que cousa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas...

Se eu já não posso crer que isso é verdade,
Para que bate o luar na relva?


*Alberto Caeiro
(heterônimo de Fernando Pessoa)*
Em “Fernando Pessoa - Obra Poética”, Rio de Janeiro, Cia. José Aguilar Editora, 1972.

Nenhum comentário: