[…]
“Há muita coisa a dizer que não sei como
dizer. Faltam as palavras.
Mas recuso-me a inventar novas:
as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido.
E o que é proibido eu adivinho. Se houver força.
Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras:
dizer. Faltam as palavras.
Mas recuso-me a inventar novas:
as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido.
E o que é proibido eu adivinho. Se houver força.
Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras:
fica atrás do pensamento. Nesse terreno do é-se sou puro êxtase
cristalino. É-se. Sou-me. Tu te és.”
cristalino. É-se. Sou-me. Tu te és.”
[…]
*Clarice Lispector*
Em “Água Viva”, Editora Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 1ª Edição, 1998.
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