“Soneto
Eu passava na vida errante e vago
Como o nauta perdido em noite escura,
Mas tu te ergueste peregrina e pura
Como o cisne inspirado em manso lago.
Beijava a onda num soluço mago
Das moles plumas a brilhante alvura.
E a voz ungida de eternal doçura
Roçava as nuvens em divino afago.
Vi-te, e nas chamas de fervor profundo
A teus pés afoguei a mocidade,
Esquecido de mim, de Deus, do mundo!
Mas, ai! Cedo fugiste!... da soidade,
Hoje te imploro desse amor tão fundo
Uma idéia, uma queixa, uma saudade!”
*Fagundes Varela*
Em “Poesias Completas de Fagundes Varela”, São Paulo, Editora Saraiva, 2ª Edição, 1962.
Eu passava na vida errante e vago
Como o nauta perdido em noite escura,
Mas tu te ergueste peregrina e pura
Como o cisne inspirado em manso lago.
Beijava a onda num soluço mago
Das moles plumas a brilhante alvura.
E a voz ungida de eternal doçura
Roçava as nuvens em divino afago.
Vi-te, e nas chamas de fervor profundo
A teus pés afoguei a mocidade,
Esquecido de mim, de Deus, do mundo!
Mas, ai! Cedo fugiste!... da soidade,
Hoje te imploro desse amor tão fundo
Uma idéia, uma queixa, uma saudade!”
*Fagundes Varela*
Em “Poesias Completas de Fagundes Varela”, São Paulo, Editora Saraiva, 2ª Edição, 1962.
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