“Soneto da Hora Final
Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos. Tontos de poesia
Para a porta de trevas abertas em frente.
Ao transpor as fronteiras do Segredo
Eu, calmo, te direi: − Não tenhas medo
E tu, tranqüila, me dirás: − Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.”
*Vinicius de Moraes*
Em “LIVRO DE SONETOS”, São Paulo, Editora Companhia da Letras, 1ª Edição, 2009.
Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos. Tontos de poesia
Para a porta de trevas abertas em frente.
Ao transpor as fronteiras do Segredo
Eu, calmo, te direi: − Não tenhas medo
E tu, tranqüila, me dirás: − Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.”
*Vinicius de Moraes*
Em “LIVRO DE SONETOS”, São Paulo, Editora Companhia da Letras, 1ª Edição, 2009.
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