domingo, 15 de novembro de 2015

Ode ao silêncio

Vesti o silêncio com teu rosto.

Na passagem das horas,
fiquei menos só;
fiquei mais triste.

Somente ao construir
a tua ausência
é que pude entender
de que consiste.

Não me importa o que tu
és ou não és,
mas o que tanto foste
e que persiste,

ornamentado o silêncio.

As palavras te recriam
do fundo irretocável do passado
como uma silhueta móvel.


*Ildásio Tavares*
Em “50 Poemas Escolhidos pelo Autor (Ildásio Tavares)”, Rio de Janeiro, 
Edições Galo Branco, 2006.

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