“As minhas ilusões
Hora sagrada dum entardecer
D’ Outono, à beira-mar, cor de safira.
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer...
A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!
O sol morreu... e veste luto o mar...
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol d’espuma.
As minhas Ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna d’ oiro,
No mar da Vida, assim... uma por uma.”
*Florbela Espanca*
Em “FLORBELA ESPANCA – SONETOS COMPLETOS”, Lisboa,
Hora sagrada dum entardecer
D’ Outono, à beira-mar, cor de safira.
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer...
A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!
O sol morreu... e veste luto o mar...
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol d’espuma.
As minhas Ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna d’ oiro,
No mar da Vida, assim... uma por uma.”
*Florbela Espanca*
Em “FLORBELA ESPANCA – SONETOS COMPLETOS”, Lisboa,
Editora Coimbra–Livraria Gonçalves, 9ª Edição, 1952.
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