“Sombras
Tudo em mim vai se apagando.
Cede minha força de mulher de luta em dizer: estou cansada.
A claridade se faz em névoa e bruma.
O livro amado: o negro das letras se embaralham, entortam em linhas paralelas.
Dançam as palavras, a distância se faz em quebra-luz.
Deixo de reconhecer rostos amigos, familiares.
Um véu tênue vai se incorporando no campo da retina.
Passam lentamente como ovelhas mansas os vultos conhecidos que já não reconheço.
É a catarata amortalhando a visão que se faz sombra.
Sinto que cede meu valor de mulher de luta, e eu me confesso: estou cansada.”
*Cora Coralina*
Em “VINTÉM DE COBRE - meias confissões de Aninha”, São Paulo,
Global Editora, 6ª Edição, 1997.
Tudo em mim vai se apagando.
Cede minha força de mulher de luta em dizer: estou cansada.
A claridade se faz em névoa e bruma.
O livro amado: o negro das letras se embaralham, entortam em linhas paralelas.
Dançam as palavras, a distância se faz em quebra-luz.
Deixo de reconhecer rostos amigos, familiares.
Um véu tênue vai se incorporando no campo da retina.
Passam lentamente como ovelhas mansas os vultos conhecidos que já não reconheço.
É a catarata amortalhando a visão que se faz sombra.
Sinto que cede meu valor de mulher de luta, e eu me confesso: estou cansada.”
*Cora Coralina*
Em “VINTÉM DE COBRE - meias confissões de Aninha”, São Paulo,
Global Editora, 6ª Edição, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário