segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Carnaval

E foi-se o Carnaval. E só ficou,
de tudo, uma lembrança dolorida
que resta desse amor que se acabou
numa alegria que redime a vida.

Da loucura da febre que passou,
a alma se sente só e consumida;
na solidão que o sonho lhe deixou
a saudade ainda vive, malsofrida.

E, tristemente, o coração recorda,
na angústia de uma louca nostalgia,
esse sonho fugaz que ele sonhou.

Carnaval de um amor que, na alma, acorda
a esperança de uma última alegria,
entre as cinzas de tudo que passou.


*Afonso Louzada*
Em “Noturnos”, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1ª Edição, 1947.

Nenhum comentário: