“Idílio
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;
Ou, vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas,
Ao longe, no horizonte, amontoadas;
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
O vento e o mar murmuram orações
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.”
*Antero de Quental*
Em “Poemas de Amor – Antologia de Poesia Portuguesa”, Lisboa,
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;
Ou, vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas,
Ao longe, no horizonte, amontoadas;
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
O vento e o mar murmuram orações
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.”
*Antero de Quental*
Em “Poemas de Amor – Antologia de Poesia Portuguesa”, Lisboa,
Editora Publicações Dom Quixote, 2ª Edição, 2001.
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