“Um mover d’olhos brando e piadoso
Um mover d’olhos brando e piadoso,
Sem ver de quê; um sorriso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
Um desejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo gracioso;
Um escolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.”
*Luís Vaz de Camões*
Em “LUÍS DE CAMÕES - OBRA COMPLETA”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1ª Edição, 2003.
Um mover d’olhos brando e piadoso,
Sem ver de quê; um sorriso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
Um desejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo gracioso;
Um escolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.”
*Luís Vaz de Camões*
Em “LUÍS DE CAMÕES - OBRA COMPLETA”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1ª Edição, 2003.
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