“Soneto
Esquecida no tempo a alma procura
algo que já não é porque era tanto.
Onde amor se desfez, se ainda perdura
a luz que nos mandava e se fez pranto.
Algo torna a vibrar, algo que a pura
força de ser revela o próprio encanto,
luz que à noite mais cega, mais se apura,
trêmula voz transfigurada em canto.
Voltam fluídas lembranças à retina,
cálidas formas, luzes de extramundo...
e a vontade de amar que amar ensina.
A mente, não, mas a alma há de deter
no que tem de mais límpido e profundo
e embora fugaz vive do eterno.”
*Emílio Moura*
Em “Itinerário Poético”, Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2ª Edição, 2002.
Esquecida no tempo a alma procura
algo que já não é porque era tanto.
Onde amor se desfez, se ainda perdura
a luz que nos mandava e se fez pranto.
Algo torna a vibrar, algo que a pura
força de ser revela o próprio encanto,
luz que à noite mais cega, mais se apura,
trêmula voz transfigurada em canto.
Voltam fluídas lembranças à retina,
cálidas formas, luzes de extramundo...
e a vontade de amar que amar ensina.
A mente, não, mas a alma há de deter
no que tem de mais límpido e profundo
e embora fugaz vive do eterno.”
*Emílio Moura*
Em “Itinerário Poético”, Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2ª Edição, 2002.
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