“Soneto
Desejo de sentir o que ora não penso
ou o que penso; e o que penso é não vivido.
A alma retrai-se; o espírito suspenso,
detém-se: é fio irreal interrompido.
Há um ímpeto de fuga que não venço.
Extrai-o de mim mesmo; é sem sentido.
E assim pairo, sonâmbulo, no imenso
campo que fica entre a presença e o olvido.
Como entender o que nem foi vazado
em forma signo ou luz? Como e por que ando
perto e longe de mim que ardo ao meu lado?
Como esquecer que o próprio esquecimento
do que em mim se rebela e está sonhando
rói a sede de ser em que me invento.”
*Emílio Moura*
Em “Itinerário Poético”, Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2ª Edição, 2002.
Desejo de sentir o que ora não penso
ou o que penso; e o que penso é não vivido.
A alma retrai-se; o espírito suspenso,
detém-se: é fio irreal interrompido.
Há um ímpeto de fuga que não venço.
Extrai-o de mim mesmo; é sem sentido.
E assim pairo, sonâmbulo, no imenso
campo que fica entre a presença e o olvido.
Como entender o que nem foi vazado
em forma signo ou luz? Como e por que ando
perto e longe de mim que ardo ao meu lado?
Como esquecer que o próprio esquecimento
do que em mim se rebela e está sonhando
rói a sede de ser em que me invento.”
*Emílio Moura*
Em “Itinerário Poético”, Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2ª Edição, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário