“Voz do outono
Ouve tu, meu cansado coração;
O que te diz a voz da Natureza:
– ‘Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima solidão,
Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel devesa,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!
Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,
(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste,)
Com ódio e raiva e dor – que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!’”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos (antologia)”, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 1991.
Ouve tu, meu cansado coração;
O que te diz a voz da Natureza:
– ‘Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima solidão,
Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel devesa,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!
Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,
(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste,)
Com ódio e raiva e dor – que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!’”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos (antologia)”, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 1991.
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