terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Vês?

Veio o destino apartar-nos;
É preciso obedecer-lhe.
Mão oculta,
Quebrou, − e sem que a gente sentisse
O laço
Que nos prendia.

Porque seria?

Ainda quiz perguntar,
Mas, a quem?, doida agonia!

Não sei se fico contente,

Se hei de rir,
Se hei de chorar.

Há coisas
Na vida inútil da gente
Que é bem melhor aceitá-las,
Assim: −
Silencioso, indiferente…


*António Tomás Botto*

Em "Livro na Rua" (Biblioteca do Cidadão, Série Escritores Portugueses Clássicos),
Thesaurus Editora de Brasília, 2006.

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