segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

No silêncio selado...

Ausência Misteriosa

Uma hora só que o teu perfil se afasta,
Um instante sequer, um só minuto
Desta casa que amo − vago luto
Envolve logo esta morada casta.

Tua presença delicada basta
Para tudo tornar claro e impoluto…
Na tua ausência, da Saudade escuto
O pranto que me prende e que me arrasta…

Secretas e sutis melancolias
Recuadas na Noite dos meus dias
Vêm para mim, lentas, se aproximando.

E em toda casa, nos objetos, erra
Um sentimento que não é da Terra
E que eu mudo e sozinho vou sonhando…


*Cruz e Sousa*
Em “Obra Completa”, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, S/A., 

Reimpressão atualizada da primeira edição, 1995.

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