sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Traz‑me aquela flor

Traz‑me aquela flor do fim da tarde subindo as escadas até mim
traz‑me a rosa a glicínia o girassol para que eu me iluda e me engane
traz‑me o alecrim e a alfazema deixa que pense que é assim que se faz um poema

Traz‑me aquela flor do fim da tarde entre alecrim e alfazema
traz‑me as duas almas de um dilema para que eu abrace a ilusão de poder criar um poema

Traz‑me aquela flor do fim da tarde subindo as escadas até mim
traz‑me a rosa a glicínia o girassol para que eu me iluda e me engane

Traz‑me um cravo vermelho a chorar 

traz‑me o alecrim e a alfazema um regato de sol e luar e deixa‑me aprender
sozinho como se faz um poema

Traz‑me aquela flor do fim da tarde entre alecrim e alfazema
traz‑me as duas almas de um dilema para que eu abrace a
ilusão de fazer de mim um poema


*Adão Cruz *

Em "VAI O RIO NO ESTUÁRIO (Poemas de braços abertos)", Santa Maria da Feira/Porto, 
Edições Engenho, 1ª Edição, 2012.

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