“Primavera
Ah! quem nos dera que isto, como outrora,
inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
que inda juntos pudéssemos agora
ver o desabrochar da primavera!
Saíamos com os pássaros e a aurora,
e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
‘Beijemo-nos! amemo-nos! espera!’
E esse corpo de rosa recendia,
e aos meus beijos de fogo palpitava,
alquebrado de amor e de cansaço...
A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera... E eu te levava,
primavera de carne, pelo braço!”
*Olavo Bilac*
Em “Poesias”, Rio de Janeiro, 27ª Edição, Editôra Paulo de Azevedo Ltda., 1961.
Ah! quem nos dera que isto, como outrora,
inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
que inda juntos pudéssemos agora
ver o desabrochar da primavera!
Saíamos com os pássaros e a aurora,
e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
‘Beijemo-nos! amemo-nos! espera!’
E esse corpo de rosa recendia,
e aos meus beijos de fogo palpitava,
alquebrado de amor e de cansaço...
A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera... E eu te levava,
primavera de carne, pelo braço!”
*Olavo Bilac*
Em “Poesias”, Rio de Janeiro, 27ª Edição, Editôra Paulo de Azevedo Ltda., 1961.
Nenhum comentário:
Postar um comentário