“O Soneto
Não maldigo o rigor de iníqua sorte,
Por mais atroz que seja e sem piedade,
Arrancando-me o throno e a magestade,
Quando a dous passos só estou da morte!
De jogo das paixões minh'alma forte
Conhece a fundo a triste realidade,
Pois, se agora nos dá felicidade,
Amanhã tira o bem, que nos conforte.
Mas a dôr que excrucia, a que maltrata,
A dôr cruel que o ânimo deplora,
Que fere o coração e quasi o mata,
E' ver da mão fugir, á extrema hora,
A mesma bocca lisongeira e ingrata,
Que tantos beijos nella poz outr'ora!”
*Pedro de Alcântara (D. Pedro II, ex-Imperador do Brasil)*
Em, “Pequena Edição dos Sonetos Brasileiros, organizados por Laudelino Freire”,
Não maldigo o rigor de iníqua sorte,
Por mais atroz que seja e sem piedade,
Arrancando-me o throno e a magestade,
Quando a dous passos só estou da morte!
De jogo das paixões minh'alma forte
Conhece a fundo a triste realidade,
Pois, se agora nos dá felicidade,
Amanhã tira o bem, que nos conforte.
Mas a dôr que excrucia, a que maltrata,
A dôr cruel que o ânimo deplora,
Que fere o coração e quasi o mata,
E' ver da mão fugir, á extrema hora,
A mesma bocca lisongeira e ingrata,
Que tantos beijos nella poz outr'ora!”
*Pedro de Alcântara (D. Pedro II, ex-Imperador do Brasil)*
Em, “Pequena Edição dos Sonetos Brasileiros, organizados por Laudelino Freire”,
Rio de Janeiro, Editora F. Briguiet & Cia., 2ª Edição, 1914.
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