“O Retrato
Sala deserta, na penumbra imersa
E na parede um quadro pendurado;
Sobre os frangalhos de um tapete persa,
Lá no canto um piano empoeirado.
Contra os vitrais, na direção inversa,
Um móvel antigo, sujo, desbotado;
Como a mostrar cumprir sorte adversa
Um divã noutro canto abandonado.
Abri a porta. Entrei. Tudo era triste.
Na solidão apenas a certeza
De que mais nada ali já não tem dono.
Mas qual! Num desafio que assim resiste,
Um retrato sorrindo sobre a mesa
No mais letárgico e tétrico abandono.”
*Bernardina Vilar*
Em “Saudade da Vila”, São Paulo, Editora Moderna, 14ª Edição, 1994.
Sala deserta, na penumbra imersa
E na parede um quadro pendurado;
Sobre os frangalhos de um tapete persa,
Lá no canto um piano empoeirado.
Contra os vitrais, na direção inversa,
Um móvel antigo, sujo, desbotado;
Como a mostrar cumprir sorte adversa
Um divã noutro canto abandonado.
Abri a porta. Entrei. Tudo era triste.
Na solidão apenas a certeza
De que mais nada ali já não tem dono.
Mas qual! Num desafio que assim resiste,
Um retrato sorrindo sobre a mesa
No mais letárgico e tétrico abandono.”
*Bernardina Vilar*
Em “Saudade da Vila”, São Paulo, Editora Moderna, 14ª Edição, 1994.
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