“Aparição
Um dia, meu amor (e talvez cedo,
Que já sinto estalar-me o coração!)
Recordarás, com dor e compaixão,
As ternas juras que te fiz a medo…
Então, da casta alcova no segredo,
Da lamparina ao trémulo clarão,
Ante ti surgirei, espectro vão,
Larva fugida ao sepulcral degredo…
E tu, meu anjo, ao ver-me, entre gemidos
E aflitos ais, estenderás os braços
Tentando segurar-te aos meus vestidos…
- ‘Ouve! espera!’ - Mas eu, sem te escutar,
Fugirei, como um sonho, aos teus abraços
E como fumo sumir-me-ei no ar!”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos, (antologia), org. José Lino Grunewald”,
Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 1991.
Um dia, meu amor (e talvez cedo,
Que já sinto estalar-me o coração!)
Recordarás, com dor e compaixão,
As ternas juras que te fiz a medo…
Então, da casta alcova no segredo,
Da lamparina ao trémulo clarão,
Ante ti surgirei, espectro vão,
Larva fugida ao sepulcral degredo…
E tu, meu anjo, ao ver-me, entre gemidos
E aflitos ais, estenderás os braços
Tentando segurar-te aos meus vestidos…
- ‘Ouve! espera!’ - Mas eu, sem te escutar,
Fugirei, como um sonho, aos teus abraços
E como fumo sumir-me-ei no ar!”
*Antero de Quental*
Em “Sonetos, (antologia), org. José Lino Grunewald”,
Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 1991.
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