terça-feira, 16 de setembro de 2014

O Livro dos Amantes

[...]

IX

Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.

Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.


*Natália Correia*
Em  “Natália Correia - Poesia Completa”, Lisboa, 

Editora Publicações Dom Quixote, 4ª Edição/Reimpressão,1999.

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