terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para a manhã

Rosa acordada, que sonhaste?
Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
Que choraste...
Foi algum pesadelo?
Algum presságio triste?
Ou disse-te algum deus que não existe
Eternidade?
Acordaste e és bela
Vive!
O sol enxugará esse teu pranto
Passado
Nega o presságio com perfume e encanto!
Faz o dia perfeito e acabado!


*Miguel Torga*

 Em “Poesia Completa”, Lisboa/Portugal, Publicações Dom Quixote, 2ª Edição, 2002.

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